Veterano, velho apego,
experiência engrandecida;
sempre longe do sossego,
porque a bola nos dá vida...
I
Na corrente do destino,
a vertente da idade,
é cruel toda a verdade
e o querer tão pequenino;
encarrega-se o ensino,
mossa lenta no carrego;
o feliz desassossego
corre aqui nesta cantiga,
leva a bola na barriga,
Veterano, velho apego...
II
A fintar a impotência,
remata contra a maré;
a mazela em cada pé
são as marcas da experiência;
no jogo da convivência,
a jogada discutida...
Na fervura destemida,
o conceito d` amizade:
as histórias, a saudade,
- experiência engrandecida...
III
Em desporto tão fantástico,
as balizas desalinhadas;
são as bolas mais pesadas,
as mazelas são elástico...
Mesmo a bola de plástico
faz roliços no seu ego,
ao sair do aconchego
entre ventos e calores,
vendavais e muitas dores,
- sempre longe do sossego…
IV
O orgulho de quem vence
a disputa dos feijões,
o fervor das discussões
em tom Portucalense;
o carisma do Borbense,
amizade compartida...
- Enaltece esta saída,
marca golos na goela,
e a paixão é sempre bela
porque a bola nos dá vida...
(2001)
António Prates – In Sesta Grande