É uma louca produção,
estouvada distração,
apoucada na cabeça…
Um dicionário sem aba,
que começa onde se acaba
e se acaba onde começa…
É um grande burburinho,
uma letra sem caminho,
um alfarrábio sem corda…
Um condão desinspirado,
com um bilhete ilustrado
com Água Benta e açorda…
É uma sílaba tonta,
melopeia que me afronta,
vendaval que me percorre…
Proémio do calhamaço,
devaneios do que faço,
flor que nasce e não morre…
(2011)
António Prates - In Sesta Grande